06/08/2019 - EMTU/SP celebra os 13 anos da Lei Maria da Penha com ações nos terminais metropolitanos do Corredor ABD
Nesta quarta-feira (7),
encenações teatrais e distribuição de cartilhas conscientizarão mulheres sobre
a necessidade de denunciar agressões
No aniversário de 13 anos da criação da Lei Maria da
Penha, que protege mulheres vítimas de violência doméstica, a EMTU/SP organiza
nesta quarta-feira (7) ações em dois terminais metropolitanos. O Terminal
Jabaquara receberá, das 9h às 14h, o Programa Bem Querer Mulher. A Casa Beth
Lobo estará no Terminal Diadema, das 10h às 13h. Os dois eventos buscam
orientar e conscientizar sobre a lei e acolher vítimas que necessitam de ajuda.
A ação no Terminal
Jabaquara se iniciará com uma apresentação teatral intitulada "Fale Sem Medo",
que visa encorajar as mulheres a contarem suas histórias e a lutarem contra
qualquer tipo de violência, seja física ou psicológica. Algumas atrizes são
vítimas e outras são colaboradoras do Bem Querer Mulher.
Além do teatro,
agentes da associação distribuirão guias de serviços que abordam detalhes
sobre a Lei Maria da Penha, temas sobre direitos humanos e cidadania, relação
das unidades de delegacia da mulher e centros especializados que dão apoio às vítimas.
Quem se sentir à vontade para escrever sua história, poderá inseri-la em um
mural, que receberá uma marca de beijo.
Há 15 anos, o Bem
Querer Mulher acolhe vítimas de violência e realiza anualmente cerca de 3.000
atendimentos. Foi lá que Elisabete (nome fictício), 40 anos, encontrou
acolhimento e agora tenta ajudar outras mulheres. Vinda de uma cidade do
interior do sul do Brasil e agora morando na capital paulista, ela tenta se
recuperar do trauma de ter tido seu rosto deformado pelo ex-marido. Ele foi
preso pelo crime, mas quando saiu da cadeia tentou matá-la novamente. "Perdi
tudo que era material, mas não perdi a vida nem meus filhos", disse.
No Terminal
Diadema, a Casa Beth Lobo conversará com os passageiros e distribuirá panfletos
que explicam sobre a Lei Maria da Penha, considerada a diretriz principal da
associação. Elas também esclarecerão dúvidas sobre direitos da mulher e
encaminharão as vítimas para a sede da instituição, que há 21 anos auxilia
pessoas em situação de agressão e perigo.
Depois de um ano
de sessões com a psicóloga da Casa Beth Lobo, Valéria (nome fictício), 50 anos,
conseguiu superar a violência psicológica que sofria do marido, de quem está se
separando. Mesmo sendo uma pessoa esclarecida, com dois cursos universitários,
e um bom padrão de vida, só percebeu sua realidade quando conheceu a Lei Maria
da Penha. "Não há idade, etnia ou cultura. Todas as mulheres podem passar por
isso sem perceber", conclui.
Segundo
levantamento do Datafolha encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, no período dos 12 meses anteriores à pesquisa divulgada em fevereiro
deste ano, 16 milhões de mulheres acima de 16 anos de idade sofreram algum tipo
de violência: 42% em casa, 29% na rua, 8% na internet, 8% no trabalho e 3% em
bares. A pesquisa mostra que 76% das mulheres vítimas de violência conheciam o
agressor: marido, ex-namorado ou um vizinho.
Lei Maria da Penha - A lei federal n°
11.340, de 7 de agosto de 2006, estipulou a pena do agressor em até 3 anos de
reclusão. Antes a punição muitas vezes era convertida em obras sociais, como
distribuição de cestas básicas. Outra mudança importante que a nova legislação
trouxe foi a prisão preventiva decretada a qualquer agressor que tenha sido
preso em flagrante.
Serviço
Evento: Aniversário de 13 anos da Lei Maria
da Penha
Data: 7 de agosto, quarta-feira
Locais e horários:
Das 9h às 17h no Terminal Metropolitano
Jabaquara - Rua Nelson Fernandes, s/n, Jabaquara, São Paulo/SP
Das 10h às 13h no Terminal Metropolitano
Diadema - Av. Conceição, 7.000, Parque Mamede, Diadema/SP
Atualizado em: 06/08/2019 16:30:30